O pontilhismo surgiu como um derivado do movimento impressionista, com o diferencial de que, no movimento, a pintura é feita em pequenos pontos ou manchas que causam uma mistura óptica nos olhos de quem observa. Sua origem foi em Paris, a “Cidade de Luz”, mas logo se difundiu para outros locais e deu início ao chamado “neoimpressionismo”.
Dois grandes nomes marcaram o pontilhismo: Georges-Pierre Seurat e Paul Signac, artistas emblemáticos que exerceram grande influência em obras posteriores, até mesmo de artistas muito conhecidos como van Gogh e Picasso.
Conheça mais sobre um dos estilos de pintura mais artísticos e sua origem!
O que é o pontilhismo?
O movimento do pontilhismo é caracterizado por ser técnica de pintura criada com base em estudos científicos sobre as cores, durante o movimento impressionista.
A técnica também é conhecida como Divisionismo, Cromoluminismo e Pintura dos Pontos, e na época ficou marcada como uma nova forma de representar a arte devido às suas características bem peculiares.
O movimento impressionista exerceu grande influência na renovação da arte do século XX. Ainda, o pontilhismo se diferencia das técnicas tradicionais da época por não ser feita a mistura das cores na paleta: utiliza-se somente cores primárias, que são aplicadas na tela em pequenos pontos levemente espaçados. O objetivo é que o espectador consiga “sentir” a mistura de cores em sua retina.
Onde surgiu a arte do pontilhismo?
O movimento surgiu na França, mais especificamente em Paris, em 1880. Sua base foi a publicação de um estudo sobre a lei das cores complementares feito por Michel Eugène Chevreul, um químico francês. As análises realizadas pelo físico alemão Hermann von Helmholtz também desempenharam um papel importante no surgimento da técnica.
Mas foi o pintor Georges-Pierre Seurat o grande pioneiro do pontilhismo, além de ser o fundador do movimento neoimpressionista. O termo “pintura de pontos” foi criado pelo crítico francês Félix Fénéon, ao comentar sobre uma série de pinturas de Seurat e outros artistas. Graças a Félix, a técnica se popularizou ainda mais.
Quais são as características do pontilhismo?
As principais características do pontilhismo são:
- Misturas das cores;
- Pinturas feitas ao ar livre com uso de tinta a óleo;
- Muita meticulosidade.
O pontilhismo é uma técnica extremamente demorada, requerendo paciência. É vista também como uma “reação” ao estilo de pintura mais espontâneo e livre da época.
O objetivo do pontilhismo é usar a justaposição das cores primárias com pequenos espaços em branco entre elas, possibilitando a mistura de cores e imagens pelo próprio olho humano. A espessura da tinta a óleo é ideal para evitar o escorrimento, motivo pelo qual foi escolhida para a técnica.
Durante o movimento impressionista, os artistas começaram a sair dos estúdios e pintar ao ar livre, espontaneamente. O pontilhismo manteve a ideia de pintar ao ar livre, mas acrescentou atenção aos detalhes com a execução da técnica. Paisagens exteriores são as mais retratadas pelos artistas da época.
Se você gosta de artistas de qualidade e quadros belíssimos, aproveite para conferir o catálogo da Meu Rodapé!
Quais são os principais artistas e obras do pontilhismo?
Os principais artistas do pontilhismo são: Georges-Pierre Seurat, Paul Signac, Henri Matisse, Vincent van Gogh e Pablo Picasso. Os dois primeiros artistas foram os pioneiros do pontilhismo, e o restante sofreu grande influência da técnica em suas obras.
No Brasil, Belmiro de Almeida e Eliseu Visconti tiveram suas pinturas marcadas pelo pontilhismo durante a Primeira República, o que resultou em obras como “Paisagem em Fourchiroles” e “Volta às Trincheiras”.
Conheça os detalhes dos principais artistas e obras do pontilhismo:
Georges-Pierre Seurat e “Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte”
Já sabemos que Georges-Pierre Seurat foi o grande pioneiro do pontilhismo, mas a sua obra “Uma Tarde do Domingo na Ilha de Grande Jatte” teve duas versões.
- Na primeira, ele optou pelas técnicas impressionistas usadas na época;
- Já a segunda, de fato, se popularizou por conta do pontilhismo.
O tamanho de sua tela impossibilitava a realização da pintura ao ar livre, então Seurat fez cerca de 60 esboços do mesmo local durante meses. Dessa forma, ele conseguiu criar a sua obra em estúdio, meticulosamente planejada. Ela ficou famosa logo após a sua exposição, o que inspirou diversos ícones da arte.
Georges-Pierre Seurat usou o pontilhismo também em outras obras. Em “Torre Eiffel”, Seurat retratou a torre durante a sua construção. Já em “Um Banho em Asnières”, a cena retratada é no subúrbio de Paris, mas infelizmente essa obra só foi reconhecida após a sua morte.
Paul Signac e “Retrato de Félix Fénéon”
Paul Signac teve um grande papel na difusão do pontilhismo — sendo ensinado pelo próprio Georges-Pierre Seurat. Sua primeira obra com a utilização da técnica foi “Retrato de Félix Fénéon”, na qual ele usou a roda de cores de Charles Henry em uma representação caleidoscópica no fundo do retrato de seu amigo Félix, retratado de uma forma não-convencional.
Félix Fénéon era um grande apoiador do pontilhismo, e criou o termo “neoimpressionismo” para se referir ao grupo de artistas encabeçados por Seurat adeptos a técnica. O retrato feito por Signac foi uma forma de demonstrar sua admiração, já que ambos tinham interesses em comum. É uma obra criativa e inovadora que foi muito bem recebida.
Outras obras famosas de Paul Signac são “O Porto de Saint-Tropez”, “Venice, the Pink Cloud” e “Sala de Jantar”. Ele se dedicava à pintura de barcos, praias e portos. Inclusive chegou a ser nomeado pintor oficial naval de Antibes, uma comuna francesa.
Henri Matisse e “Luxo, Serenidade e Prazer”
Henri Matisse foi um dos precursores do fauvismo, um movimento vanguardista que tem como estilo o uso de cores fortes e gritantes. Suas obras eram marcadas pelo equilíbrio entre tranquilidade e vivacidade, com o uso estratégico das cores em diferentes tons.
Em sua obra “Luxo, Serenidade e Prazer”, Matisse mesclou o fauvismo com o pontilhismo, o que resultou em uma representação cheia de originalidade. Além de pintor, Henri Matisse também era escultor e desenhista, considerado um dos três artistas seminais do século passado.
Vincent van Gogh e “Autorretrato”
Vincent van Gogh foi um pintor holandês e uma das figuras mais influentes na arte ocidental. Ao longo de sua vida, van Gogh fez mais de mil obras, mas apenas uma foi vendida enquanto estava vivo.
O diferencial de suas obras no início era o uso de tons escuros, que não eram usados por outros artistas da época. Infelizmente seu trabalho só foi valorizado após a sua morte, em 1890.
Muito conhecido por pintar autorretratos, van Gogh usou o pontilhismo em seu autorretrato de 1887, após conhecer Seurat em Paris. Essa veio a se tornar uma das suas obras mais famosas posteriormente.
Pablo Picasso e “Mujer con Mantilla”
Pablo Picasso foi um pintor espanhol, conhecido por ser um dos idealizadores do movimento artístico conhecido como cubismo. Em sua obra “Mujer con Mantilla” de 1917, é possível observar alguns traços do pontilhismo. Suas telas tinham grande influência grega, africana e ibérica.
Picasso era filho de um pintor e desenhista, o que o levou a ser instruído desde cedo. Ele pintou sua primeira tela aos 8 anos e aos 14 já obteve certo reconhecimento em escolas de pintura. Também dedicou parte da sua vida à produção de escultura, gravação e cerâmica.
A técnica pode ser observada em obras famosas, e também serviu como oposição ao movimento impressionista, já que abandonou a representação naturalista dos ambientes e valorizou cortes geométricos e a ciência por trás das cores.
É importante destacar também que o pontilhismo deu origem às técnicas de pixelização e até mesmo da separação cromática para televisão, mostrando a sua importância ao longo do tempo.
Gostou de conhecer os detalhes da arte pontilhista? Veja mais quadros em nossa loja e aproveite para continuar conhecendo outros movimentos artísticos, como:
- Arte renascentista;
- Arte surrealista;
- Arte figurativa;
- Fotorrealismo;
- Arte barroca;
- Art nouveau;
- Arte gótica;
- Pop art.
Aproveite!